• Equipe Caminhos para o Futuro / Oferecimento GE
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palestra (Foto: Thinkstock)

Falar em público é uma ideia assustadora para muita gente. Ao mesmo tempo, é uma habilidade cada vez mais requisitada no mundo profissional. Por sorte, hoje há recursos que podem tornar essa tarefa bem mais fácil, seja ajudando o palestrante a relaxar ou a descobrir – em tempo real – qual a opinião da plateia sobre determinado assunto. Autor de 26 livros sobre oratória, Reinaldo Polito, professor dos cursos de pós-graduação da ECA-USP e da FECAP, defende o uso da tecnologia para tornar as apresentações mais eficientes, mas com uma ressalva: “Para usar um equipamento, por mais simples que possa ser, é preciso saber como funciona e testar exaustivamente antes de se apresentar com ele diante do público. A experiência mostra que o uso de um acessório sem ter o seu completo domínio deixa o orador ainda mais nervoso e inseguro”, diz Polito.

Outro problema, afirma, é adotar um equipamento desnecessário só para mostrar que se está atualizado com as últimas novidades, ou, pior ainda, deixar que o aparelho roube a cena na hora do show. “É preciso lembrar sempre que o orador é o que existe de mais importante em uma apresentação. Os recursos só serão válidos se ajudarem no desempenho de quem fala. Se o equipamento chamar mais atenção ou se tornar o protagonista da exposição, algo errado está acontecendo.” Com essas recomendações em mente, confira abaixo oito aplicativos indicados pelo especialista.

- mPrompt (iOS), de Mark Johannessen Consulting, e Prompster (iOS e Android)
“Os dois funcionam como um teleprompter. Se a apresentação demandar leitura, esse recurso se transforma em um importante auxiliar. Com esses aplicativos é possível ajustar a velocidade do texto. Se o orador praticar bastante e tiver perfeito controle do seu manuseio, pode ser muito útil. Mas, sem a prática, ao invés de o equipamento seguir a velocidade do palestrante, passa a ocorrer o contrário. Isso seria uma tragédia.”

- Swoosh Presentation Control (Android) 
“Transforma o celular em controle para troca das telas projetadas com um simples movimento sobre a tela. Também exige bastante ensaio.”

- Public Speaking, do HiveBrain (Android)
“Esse é um guia de meditação e auto-hipnose. O objetivo é deixar o orador mais calmo. Talvez o efeito seja psicológico, mas não custa nada experimentar para ver como se sente.”

- SpeakerClock (iOS) e Simple Presentation Timer, para PC
“Esses funcionam como timer para controlar bem o tempo da exposição, o que é um drama para muitos oradores. Quem vai falar em um evento com muitos palestrantes precisa preparar sua apresentação com durações diferentes. Assim, se houver algum atraso ou se alguém desrespeitar o tempo e invadir seu horário, você tem que estar pronto para falar em menos tempo. Já tive de passar uma apresentação de uma hora e meia para quinze minutos por causa de atrasos de outros oradores. Ainda bem que eu estava preparado para essa eventualidade. Um aplicativo que funciona como timer é precioso em circunstâncias como essas.”

- Infonet Presenter (iOS)
“Substitui o computador pelo iPad para projeções. A vantagem é poder levar o equipamento com facilidade para todos os lugares. Sem contar que com o iPad à disposição, você poderá pesquisar pouco antes ou até durante a apresentação.”

- Poll Everywhere (iOS e Android)
“Esse aplicativo ajuda a interagir com a plateia. Os ouvintes votam ou dão opinião com o celular na hora da apresentação. Isso é muito bom quando se deseja saber a opinião da maioria na hora da exposição.”

Preparo, organização, prática e autoconhecimento

Não há, porém, novidade tecnológica que possa resolver problemas como raciocínio confuso. Por isso, Polito reforça a importância de o apresentador conhecer o tema a fundo, organizar bem a apresentação, praticar sempre que possível e, também, se autoconhecer. Segundo ele, se alguém tem um tempo de 30 minutos para expor um assunto, precisa ter material suficiente para falar, pelo menos, por uma hora. “Quanto maior for o seu domínio sobre a matéria, mais seguro e confiante você se sentirá diante da plateia.”

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Para que o raciocínio tenha começo, meio e fim, Polito sugere um esquema simples e eficiente, composto pelas seguintes etapas: 1. cumprimentar a plateia; 2. agradecer o convite e mostrar os benefícios que os ouvintes terão com a apresentação; 3. esclarecer em uma ou duas frases que assunto será abordado; 4. deixar claro o problema a ser solucionado, ou o histórico da novidade a ser exposta; 5. mostrar a solução do problema levantado, com exemplos, estatísticas, pesquisas e teses que reforcem sua argumentação. Ilustrar com uma boa história, capaz de tornar a apresentação mais arejada e interessante; 6. refutar possíveis objeções dos ouvintes; 7. concluir pedindo a reflexão ou ação da plateia.

Além disso, vale a pena aproveitar para falar em público sempre que possível e descobrir quais são suas qualidades enquanto comunicador. “Não é tão simples, mas também não é nada impossível de ser conquistado. Em 40 anos atuando como professor de oratória, nunca encontrei uma única pessoa que com dedicação, estudo e disciplina não conseguisse se apresentar bem em público.” O resultado do esforço pode ser um salto na carreira. Segundo Polito, a habilidade da oratória faz grande diferença quando o profissional cresce na hierarquia da corporação. “As empresas sabem que quando seus colaboradores falam em público, eles estão representando a imagem da empresa. Se não se saírem bem, a organização pode sair prejudicada.”